Cenários de uma crise anunciada (ou não anunciada)

A principal bandeira do FC Porto e dos portistas é a teoria da perseguição, do "contra tudo e contra todos". Um dos reflexos deste modo de estar, são as críticas ao facto da imprensa dar mais espaço ao Benfica que ao clube nortenho. Quanto a isso nada há a dizer, pois todos sabemos que o SLB vende mais jornais que qualquer outro clube em Portugal e como os jornais são um negócio, é normal que queiram fazer grandes tiragens.
Mas isso tem, como em quase tudo na vida, outro lado, o reverso da medalha.
E qual é? Ora, vamos imaginar esta situação: o ano novo começa, e o SLB perde 3 dos quatro jogos realizados, não tendo disputado nenhum jogo de dificuldade média (todos de dificuldade mínima ou, teoricamente, inexistente como o jogo contra o Atlético) fazendo exibições muito pobres.
Por todos os jornais se veriam capas como “CRISE” ou "ESCÂNDALO" em letras garrafais e logo encontraríamos Rui Santos ou outro qualquer paineleiro a opinar sobre o estado e a qualidade da equipa, da táctica, do treinador que não motiva e não tem pulso, dos jogadores suplentes a quem não são dadas oportunidades, das chuteiras que são feitas na China e fazem bolhas nos pés, etc…
Mas não foi o Benfica que começou mal o ano, foi o FCP, e alguém ouve falar em crise? Alguém pergunta porque não joga Adriano? Alguém questiona se Jesualdo é o técnico indicado para orientar o FCP? Alguém põe em causa a qualidade de jogadores do FCP? Claro que não.
Deixam o plantel recuperar psicologicamente, sem ser alarmado com ecos de fora, algo que no Benfica seria impensável pois todos os jornais estariam a fazer capas com qualquer frase de um atleta ou dirigente encarnado que pudesse ser mal interpretada. E nem é preciso o Porto entrar no tão usado Black Out!
Mas pronto, o FCP é que é o perseguido pelos pasquins da imprensa sulista...