O Bessa foi palco para o regresso dos homens de Matosinhos aos palcos maiores do futebol nacional. Ainda que envoltos em dívidas (que muitas dúvidas levantam acerca do futuro do centenário clube, ainda mais se não conseguir a manutenção na liga Bwin), é um regresso que se saúda pela história e, acima de tudo, pela ferrenha massa adepta que durante tempo demais abrilhantou as divisões inferiores com cânticos, coreografias e faixas que em nada devem às congéneres dos clubes primo divisionários (em termos de apoio, o Leixões está, sem dúvida, no top 10 nacional).
Com o Benfica como “padrinho” deste regresso, a festa estava montada para um final de tarde de futebol, ainda que previsivelmente fosse esperado um ritmo de início de época.
O jogo da equipa da Luz foi muito pobre, com o Leixões a aproveitar o péssimo jogo dos “lisboetas” para mostrar atrevimento e tentar o golo (na primeira parte o “nosso” Vieirinha esteve bem, quase marcando por duas vezes).
De resto, foi mau, muito mau, como de resto se adivinhava pela pré-época, pelo jogo com o Copenhaga e, pra melhorar, com a invenção que só mesmo ao Fernando Santos podia lembrar: Luís Filipe como municiador do ataque encarnado pela direita. Quando soube do onze não pude deixar de pensar: mas o Nandinho não dispensou o Luís Filipe do SCP por achar que este não tinha qualidade para médio ofensivo?
De resto foi tudo tão mau, sem apoios, sem desmarcações, sem transições que nem vale alongar-me. Empate no fim, daqueles que costumam doer mas que, tal era o conformismo instalado entre as hostes benfiquistas que até já pareceu normal.
Este foi para mim o pior que Santos trouxe ao Benfica: o conformismo.
No entanto, não quero deixar de dizer que não posso concordar com a forma como o treinador foi dispensado (e eu fui dos que nunca o quis ver como nosso treinador. No entanto, foi sempre profissional e acredito que fez realmente o melhor que sabia. Depois de uma época em que, pra não fugir à tradição das suas equipas, voltou a perder tudo no último mês, deveria ter saído no final da temporada transacta. Não era preciso este episódio ridículo de sair depois de um empate. Porra, mais respeito pelo homem e pelo profissional. Afinal de contas, o tipo é mais benfiquista que o presidente do clube!!!) e aponto como falha muito grave de LFV a condução deste processo. Strike one Mr. President.
Como nota final, o comentário à arbitragem. Este jogo tem dois lances susceptíveis de polémica: uma entrada de Nuno Assis punida com cartão amarelo (bem, na minha opinião); uma possível grande penalidade de Ezequias sobre o mesmo N. Assis (falta clara, numa agressão grosseira do defesa portista emprestado aos matosinhenses).
Ainda que não fosse merecido, tal o desempenho da equipa benfiquista, estes erros graves (penalti mais expulsão) condicionaram o jogo e podiam ter-lhes dado a vitória.
Assim sendo, que comece o registo:
Balanço de erros graves nos jogos SLB
A favor: 0
Contra: 2 (1 penalti, 1 expulsão)
P.S.: Camacho é o treinador possível no imediato e eu não gosto de escolhas em cima do joelho, desconfio de “Salvadores da Pátria” e nem quero pensar nas teorias da conspiração de que esta substituição estava pensada desde há muito e que FS serviu apenas para, no seu jeito manso, deixar sair sem levantar ondas Simão, Karagounis e Manuel Fernandes.
Mediano tacticamente, mediano tecnicamente, soberbo gestor de homens que contagia com a sua garra, Camacho é daqueles que compensa a falta de conhecimentos com querer, com vontade, aquilo que tem faltado a muito jogador do SLB. Pode ser que consiga suprir a apatia que se implantou no plantel e o conformismo que parece ter invadido quer a equipa quer a massa adepta. O facto de ter margem de manobra com o terceiro anel vai ajudar, mas vamos ver se aqueles que agora o aplaudem reagiram bem às derrotas futuras. É que o “regresso dos heróis” não costuma acabar bem e vamos ver se Camacho volta a sair pela porta grande (tou um bocado pessimista, não? A ver se os gritos do espanhol me animam caraças! Ao menos isso: José António Camacho traz de volta a esperança de que do banco venha a raiva, venha algo que consiga mudar um jogo que esteja a correr menos bem. É que já não dava pra aguentar ver o Nandinho a desapertar o nó da gravata enquanto os jogadores continuavam atordoados sem um grito de liderança!!!).
11 de Maio fazemos contas.
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