Existe alguma coisa de errado na Imprensa Desportiva!!???

Existe alguma coisa de errado na Imprensa Desportiva portuguesa.
É que depois de ler este artigo, em que cita, e enfatizo o CITA, a deliberação do Comité de Apelo da UEFA.
A fonte é um artigo do Jornal O Jogo.
É ler, fazem favor:

Champions garantida

JOSÉ MANUEL RIBEIRO

Ao contrário do que parecia ter ficado claro na reunião de sexta-feira passada, o Comité de Apelo da UEFA não decidiu apenas devolver o processo FC Porto ao Comité de Controlo e Disciplina: reintegrou, de forma definitiva, o tricampeão português na edição 2008/09 da Liga dos Campeões. É até muito provável que o Benfica e o Guimarães nunca cheguem a ser ouvidos, porque na próxima época nada diz que serão parte interessada no caso. E falar em próxima época talvez seja abusar do optimismo, porque, na fundamentação escrita da decisão, o CA parece sugerir que uma sentença do Conselho de Justiça não será um ponto final.

Ponto um: o Comité de Apelo não reenviou o dossiê ao Comité de Disciplina para que o Benfica (e o Guimarães) pudesse expor argumentos. O que fez foi censurar o Comité de Disciplina por não ter ouvido "as partes directamente interessadas" e dizer-lhe que o faça na próxima vez. Essa é apenas umas das muitas críticas - bastante incomuns - que o CA faz ao órgão de primeira instância da UEFA, a quem acusa de "precipitação" por não ter levado em conta o segundo fax da FPF (transcrito na semana passada por O JOGO) que corrigia o dado essencial do processo: havia ou não uma condenação definitiva do FC Porto no Apito Final? Ao contrário do noticiado, o Comité de Apelo não ficou com dúvidas. "A discussão deste dia [sexta-feira]", diz o documento, "permitiu estabelecer de maneira certa que as decisões reconhecendo o FC Porto culpado de tentativas de corrupção não são nem definitivas nem executórias, mesmo não tendo o clube recorrido (…) Foi erradamente que a instância de controlo e disciplina considerou estabelecida a culpabilidade do FC Porto".

Partindo dessa conclusão e defendendo que a alternativa traria ao FC Porto "prejuízos irreparáveis" caso viesse a ser ilibado, o Comité de Apelo decidiu autorizar-lhe a participação nesta edição da Champions, por assumir "com toda a certeza" que a Justiça portuguesa não decidirá o Apito Final em tempo útil (a FPF fez, entretanto, saber que não foi ela a dar essa informação à UEFA). O facto de usar o plural várias vezes e de fazer mesmo referência aos tribunais comuns sugere que não considera o Conselho de Justiça como a última instância, isto é, o ponto final do processo no que a Portugal diz respeito.

Certo é que o FC Porto ganhou, pelo menos, tempo para ir além do Conselho de Justiça. Uma época inteira, não obstante a leitura, feita pelo Benfica, de que pode ser afastado da Liga dos Campeões mesmo no decorrer da competição.

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