Sumaríssimos

RICARDO LEMOS

Ainda bem que Liedson ou Bruno Alves não fizeram qualquer gesto bárbaro com o dedo médio ou teriam sido logo alvo de um processo da (atenta) Comissão Disciplinar da Liga do Clubes, que, a avaliar pela actuação recente com Katsouranis, depois do Setúbal-Benfica, não permite qualquer falta de decoro. Pisar os adversários é, pois, um acto tolerável, e o defesa-central do FC Porto até pode estar descansado, porque o cartão amarelo que viu no Sporting-FC Porto de ontem o impede de ser alvo de um processo sumaríssimo, mas não o "livra" da crítica - se bem que, em muitos círculos, criticar um jogador portista seja considerado uma heresia -, tal como acontece com o juiz Carlos Xistra, que deveria ter dado ordem de expulsão ao internacional português. Ainda mais... levezinha foi a decisão do árbitro do encontro, que nada assinalou (e muito menos puniu) na entrada mais ríspida (esta é a versão "light" que se utiliza, quando se quer camuflar uma agressão) de Liedson sobre Helton. Contudo, como o avançado do Sporting passou incólume em campo, pode ficar sob a alçada da Comissão Disciplinar da Liga, sendo expectável que o dr. Ricardo Costa veja os jogos de Sporting e FC Porto (principalmente quando ambos se defrontam) com a mesma atenção com que visiona as partidas do Benfica, o único grande do futebol português até agora alvo de processos sumaríssimos: no ano passado foi Derlei, esta época Katsouranis.

(In O Jogo)

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