Os Donos da Bola (o dono da bola é o André mas jogamos todos)

Como primeira contribuição para o nosso novo blog, vou dar início a uma série de textos nascidos de uma exaustiva investigação sobre os jogadores que todas as semanas nos presenteiam com o seu talento no campo do Garcia.
O primeiro jogador cuja vida foi vergonhosamente investigada (os nossos colaboradores tiveram acesso até a fotos de bebé, antes e depois do pó-de-talco, ou mesmo durante o banho) foi o tecnicista Frederico "Fico sempre na mama" Lencastre mas, a seu tempo, todos os praticantes serão expostos à nossa investigação. Assim sendo, e sem mais demoras, aqui fica o resumo da vida de Fredd até ao presente dia, o primeiro "Dono da Bola".

Frederico "Fico sempre na mama" Lencastre: nascido nas melhores famílias portuenses, Frederiquinho, como era carinhosamente chamado, nasceu talhado para o futebol. Ágil e rápido, Diquito (outro nome fofinho que a ama lhe deu) quando infante, sonhava com a bola, com as fintas, com os remates, com a adrenalina do golo.
Mas sabia que este não era um desporto aceite na alta sociedade, que seria gozado e criticado por todos (especialmente pelo seu irmão, campeão de golfe e crítico acérrimo dos outros desportos), e assim, triste e abatido, reprimiu o enorme desejo de jogar futebol durante longos anos.
Foi então que, no Natal de 1987, Dicochinho (o nome carinhoso pelo qual a governanta o chamava) se encheu de coragem e, pelas 23:47, pediu a seu papá que trocasse todas as prendas que o Pai Natal tinha trazido pela hipótese de fazer o que sempre havia desejado, jogar o jogo mais belo do mundo. Emocionado, o pai acedeu e exclamou alegre: o meu menino vai jogar golfe. O pobre coração de Frederico estalou e seus olhos encheram-se de lágrimas, mas foi assim que andou perdido durante anos no meio do green, esticando e encolhendo as pernas paralelamente, perdendo a agilidade e a rapidez com que a natureza o presenteou.
Hoje Frederico é um homem acabado, perro e gasto mas cheio de vontade. Há quem diga que anos e anos de taco na mão o reduziram a uma sombra do jogador que poderia ter sido mas Fédizinho acredita que ainda é possível, que é na verdade um verdadeiro jogador de futebol prestes a explodir (especialmente depois do primeiro sprint - os pulmões no golfe não são tão exercitados). Só precisa de ultrapassar a temível barreira dos 15 minutos de jogo...
Com uma técnica próxima da de mitos como Bérmudez ou João Manuel Pinto, a frieza goleadora de craques como Martin Pringle ou Skuhravy, a leveza de Ouattara ou Tahar ou ainda o sentido posicional de jogadores como Paulo Madeira ou Thomas, Freddy só pode singrar. Alguns chamam-lhe o "Novo Beto" (nada de referências ao nascimento nobre de Freddy ou aos “pullovers” sem mangas aos quadrados. Referimo-nos obviamente ao grande Beto do SLB) mas Freddy vê-se mais como um ala da velha escola, um "Secretário mais adiantado" ou um "Akwa mais recuado".
O que o futuro lhe reserva só os deuses do futebol sabem, mas pelo que nos disse J. Perestrelo (e há outro deus do futebol que nao ele?) há uma luz no fundo do túnel que é o futebol português... e assim sendo fica a dúvida: essa luz será o farol de um comboio ou a ambulância do INEM?

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