Olympiakos - 5 Benfica -1

Numa temporada em que Porto e Sporting já tinham conhecido o sabor de uma goleada europeia, calhou agora ao Benfica.
No entanto, parece-me que se tratam de jogos completamente distintos, na medida em que se por um lado Arsenal e Barcelona deram espectáculo e tiveram goleadas justificadas (e que no caso do Arsenal pecou por escassa tantas foram as oportunidades desperdiçadas - quem não se lembra dos risos do Wenger), hoje assistimos a um jogo perfeito dos gregos que em 5 remates fizeram 5 golos!
Não precisaram de dominar, não precisaram de dar espectáculo: bastou uma ajudinha da defesa do Benfica e fazerem 5 remates para comemorar uma grande vitória.

Não quero com isto dizer que os gregos não mereceram ganhar ou que não fizeram por justificar os golos marcados. Apresentaram uma equipa muito organizada, muito forte nas marcações e rápida nas transições e com um ataque perfumado com o futebol do jovem Diogo (grande jogador) e a experiência de Galleti.
Para complementar, o centro da defesa do Benfica (que costuma ser o seu ponto mais forte) esteve hoje muito mal: Sidnei esteve irreconhecível e David Luiz ainda está longe da melhor forma (poucos foram os benfiquistas que não sentiram falta da experiência do "patrão" Luisão).
Aos 40 segundos os gregos abriram o "placard" numa infantilidade colectiva da defesa encarnada.
Aos 18, novo remate dos gregos, novo golo (bom golo por sinal, daqueles que o jogador só marca uma vez na vida, mas em que tem o mérito de rematar).
Aos 24, Diogo faz o que quer de David Luiz e Sidney e marca um belo golo.
Aos 33 David Luiz ainda ameniza a derrota, mas ainda antes do intervalo (44m) os gregos marcam mais um num lance em que a defesa dos encarnados volta a ficar muito mal na fotografia.
No post anterior (escrito ao intervalo), falava de uma eficácia capaz de abater qualquer equipa.
Os deuses continuaram loucos e, apesar do bom início do Benfica na segunda parte, é novamente Diogo que acentua a goleada (53m), apresentando a fantástica soma de 5 remates, 5 golos.
Se fosse pra continuar, ia ser histórico...
Felizmente assim não foi e, apesar de Reyes tudo ter feito, os números finais estavam escritos e o Benfica voltava para casa com uma goleada na bagagem.


Destaco alguns jogadores:

Siney e David Luiz: Mau. Tanto individualmente como em dupla. Muito Mau.

Yebda: fez um jogo medíocre. Mal nas marcações, mal na ocupação de espaços e pior ainda no capítulo do passe, o francês acusou imenso os golos. Falta-lhe a experiência dos grandes palcos.

Reyes: como quase sempre, o melhor do Benfica. Inconformado até ao último minuto, incansável, fantástico. Dos poucos que merece os grandes palcos e as noites europeias.

Suazo: Tanto tenho dito bem dele que hoje só posso dizer mal. O falhanço aos 80 minutos (deixou-se antecipar) não é de um jogador do seu calibre. Com o seu talento e a sua experiência deveria acompanhado Reyes no esforço de recuperação.

Balboa: quando em jogo esteve bem e ainda deu nas vistas numa recuperação em velocidade. Foi o melhor jogo que vi dele (o que não quer dizer que tenha sido muito bom...)

Urreta: verdinho, verdinho. Velocidade, vontade, mas precisa de muitos jogos nas pernas até poder ser uma opção credível num candidato ao título. A emprestar em Dezembro.

Vergado com o peso de uma goleada, não fico demasiado preocupado se ficarmos fora da Europa antes do Natal. Esta equipa não tem estaleca para altas andanças e não me custa ver o Benfica dedicado apenas às provas internas. E por falar nisso, só espero que esta derrota seja tónico para uma vitória com o Setúbal, pois aí sim, uma derrota poderia fazer mossa nas aspirações dos encarnados (ainda que em termos pontuais não fosse decisiva, outra derrota poderá ser um golpe severo para a moral da equipa que tem vivido um clima positivo favorável a uma grande campanha na Liga).

1 comentários:

Girondin disse...

Caro Calantrão, no jogo do Porto em casa do Arsenal, não me lembro de ver o Arsene Wenger a rir-se quando o Porto rematou à barra e teve mais uma oportunidade de golo antes de ser goleado. E tu?