Benfica - 2 Naval - 1

No rescaldo da derrota do Porto (em pleno Dragão!!!) contra o Leixões, o Benfica recebia a Naval e todos esperávamos que o resultado dos azuis fosse tónico para um SLB ofensivo, que buscasse o golo e, acima de tudo, vencesse os homens da Figueira da Foz (EDIT: depois de alertado pelo nosso leitor "Miguel", alterei a cidade. Um pedido de desculpas aos homens da Naval. Não sei como é que me fui lembrar da Marinha Grande).

O Benfica entrou bem e logo a abrir, um remate espontâneo de Reyes proporciona ao guarda-redes verde e branco a defesa da noite.
A Naval começa a partida demonstrando que estava com a lição bem estudada, primeiro porque fez bem a marcação a peças-chave, e depois porque sempre que podia entrava no anti-jogo (no primeiro minuto, num pontapé de baliza, o redes demorou, demorou, demorou, e o árbitro até achou graça...). No entanto, não deixou de buscar o contra-ataque e foi deixando o Benfica em sentido.
A partir do 20 minutos, o Benfica assumiu o jogo, construindo algumas boas jogadas em que pecava no momento da finalização ou o redes estava lá (grande remate de Suazo para boa defesa).
Chega o primeiro caso do jogo: com 0-0, Amorim entra na área e sofre falta, mas tanto o árbitro como o assistente fizeram vista grossa... Se calhar era preciso ter-lhe partido a perna...
Com a segunda parte, o jogo animou, a Naval abriu espaços e foi à procura da vitória.
Novo erro da equipa de arbitragem, numa lance em que Marinho ficava isolado perante Quim, mas que foi interrompido por fora-de-jogo.
E aos 71m, livre de Reyes e golo de Luisão. O Benfica ficava em vantagem com um golo limpo, apesar dos protestos dos jogadores da Naval.
É nesta altura que o Benfica versão 2008/09 demonstra uma das suas principais fraquezas: não sabe gerir a vantagem. A bola parece que queima, os jogadores ao invés de acalmarem ficam ansiosos, erram mais passes e, para piorar, o esforço defensivo diminui e permite-se ao adversário jogar, pensar o jogo. Consequentemente, a Naval empata.
O golo da vitória surge por Cardozo, agora suplente (de luxo), num remate de cabeça em mergulho! (é este que só sabe jogar com o pé esquerdo?).
Vence bem o Benfica, num jogo muito sofrido mas importante, porque subimos uns lugares na classificação mas acima de tudo porque estas vitórias duras vão dando moral e tranquilidade à equipa. Esperemos que tenham continuidade.

Apreciação Individual:

Quim: Um Guarda-Redes à "clube grande". Quer tenha estado 30 segundos ou 30 minutos sem tocar na bola, quando é chamado a intervir, demonstra um tal nível de concentração e eficácia que é uma figura imprescindível da equipa. Duas defesas magistrais (um delas num lance em que o Marcinho estava em fora-de-jogo, mas isso não tira mérito à defesa) demonstram a sua qualidade e transmitem segurança à equipa.

Maxi: Deu seguimento às exibições. Cumpre, não deslumbra mas não complica. Neste momento, é única solução credível no plantel para ocupar o lugar.

Jorge Ribeiro: O "pária" da equipa tem vindo a convencer e a conquistar os adeptos encarnados. Cumpriu e ainda fez o passe para o golo da vitória.

Sidnei: Que fique por muitos e muitos anos. 19 anos? Grande sentido posicional, muito bem na antecipação, ainda tem o bónus de sair bem a jogar e deixar a bola jogável para os companheiros. Um Senhor Central!

Luisão: Forma com Sidnei uma das duplas mais seguras dos encarnado dos últimos (largos) anos. Menos exuberante que o companheiro, menos capaz de sair a jogar, mas sempre seguro, bem colocado e mandão. A "voz de comando" da defesa ainda foi dar uma ajuda ao ataque, marcando o primeiro golo do jogo.

Yebda: Depois da lesão que o impediu de jogar frente ao Hertha, o francês fez talvez o seu pior jogo com a camisola encarnada. Trabalhador como sempre, foi pouco clarividente na construção e no apoio ao ataque. Bem substituído.

Carlos Martins: Não esteve mal, nem esteve bem. Ou porque foi bem marcado pelos homens da Naval ou porque não estava nos seus dias, Martins esteve pouco em jogo e quando esteve não foi brilhante. Tem revelado aquilo que temia quando foi contratado: irregularidade exibicional.

Reyes: É um fantástico jogador. Enquanto não fica completamente esgotado é sempre a referência da equipa. É nele que os colegas depositam a responsabilidade de desequilibrar, é dele que os adeptos esperam o rasgo de génio. Remata de primeira, finta, cruza e ainda defende. Se mantiver a regularidade, vai ser o esteio deste Benfica.

Ruben Amorim: Quique confia nele para equilibrar a equipa no meio campo, permitindo a Reyes libertar-se mais para o ataque. Não é um criativo, não é um desequilibrador, mas tem toque de bola e não foge do lance individual quando não encontra linhas de passe. Saiu para entrar Di Maria e foi aplaudido pela Luz. Bem-vindo a casa Ruben.

Nuno Gomes: O capitão movimenta-se, posiciona-se, desmarca-se, tem uma boa leitura táctica do jogo tanto a atacar como a defender, mas continua a demonstrar uma ineficácia assustadora na hora de finalizar. Teve nos pés o golo da vitória num lance em que era só empurrar mas atirou por cima. Soube sair da frente no lance do golo do Cardozo.

Suazo: Toque de bola, capacidade de desmarcação, explosão no arranque e facilidade de remate mas em alguns lances demonstrou uma menor qualidade no controlo de bola. Incansável, deixa os defesas em sobressalto pela constante movimentação e pela tentativa de recuperar a bola assim que a equipa q perde. Nota-se que é jogador e Quique parece apostar nele para titular.

Di Maria: Entrou para trazer velocidade ao jogo, para dar criatividade ao lado direito do meio-campo encarnado. No primeiro lance em que participa, rouba uma bola e cria um golo (bem invalidado por fora de jogo de Suazo). Nesse mesmo lance, um defesa da Naval enterra os pitons no tendão de Aquiles do argentino, que coxeou o resto da partida.

Katso: (Nota: afinal, o grego pediu mesmo para ser substituído no jogo com os alemães por dificuldades físicas. Bem me parecia que o Quique não se metia por caminhos tão estranhos.) Entra para acalmar o meio-campo nos processos defensivos e para dar clarividência e geometria na hora da construção. Cumpriu.

Cardozo: Não é rápido como Suazo, não se movimenta como Suazo, parece lento e dado a uma marcação fácil. Certo é, que com 52 jogos com a camisola do Benfica (tendo chegado ao clube na pior época de sempre) marcou 26 golos e hoje foi novamente decisivo. Entrou, espetou um balázio nas costas do Paulão (que aguentou como um homenzinho, mordendo o lábio para não chorar) e na segunda oportunidade marcou o golo da vitória. Se deve ser titular? Os números dizem que sim, mas o Quique que decida (eu até escolhia o Suazo... mas... o Cardozo marca...).

Quique: Nunca pensou que ia ter tanto pra sofrer. Muito culto tacticamente, bem na leitura do jogo e nas substituições. Estou muito contente com o trabalho de Quique e, independentemente dos resultados, espero que continue por muitos anos.
No entanto, tem ainda muito trabalho pela frente, para dar "calo" a uma equipa que ainda treme muito quando se coloca em vantagem e devia controlar o jogo.

1 comentários:

Anónimo disse...

Equipa da Marinha Grande?

Só se mudaram de cidade, porque ainda agora eram da Figueira da Foz! :D